segunda-feira, 11 de junho de 2012

A MÃO MARCADA



         William Dixon não podia crer que existia um Deus, e ele certamente não o perdoaria por ter levado sua jovem esposa cerca de dois anos após seu casamento e seu filhinho também ter morrido. Dixon se sentia muito amargo e desolado.
          Dez anos após a morte de Mary Dixon um fato excitante ocorreu na pequena vila de Brackenthwaite. A cabana da velha Peggy Winslow pegou fogo e queimou até o pó. A pobre velhinha foi retirada viva, embora quase sufocada pela fumaça, e então os circunstantes ficaram horrorizados ao ouvir a voz chorosa de uma criança. Era a voz do pequeno Dickey Winslow, o neto órfão de Peggy. As chamas o acordaram e ele correu gritando para a janela do sótão. Os curiosos estavam muito aflitos para ver a difícil situação da criança, mas sentiram que era muito tarde para salvá-lo, pois a escada já havia desmoronado. De repente, William Dixon correu para a cabana em chamas, subiu pela tubulação de ferro e tomou o garoto trêmulo em suas mãos. Desceu segurando a criança com seu braço direito e sustendo-se com o esquerdo; ambos alcançaram o chão em segurança, em meio aos vivas da multidão, no exato momento em que caía a parede fumegante.
          Dickey não estava ferido, mas a mão com que Dixon segurou-se ao cano quente estava terrivelmente queimada. A queimadura sarou, mas deixou uma profunda cicatriz que ele levaria para o túmulo.
          A pobre e velha Peggy não se recuperou do choque e morreu logo depois. A questão agora era: O que será de Dickey? James Lovatt, uma pessoa muito respeitável, pediu que o menino lhe fosse dado em adoção, pois ele e sua esposa sonhavam ter um rapazinho, posto que tinham perdido um filho. Para a surpresa de todos, Will Dixon fez um requerimento semelhante. Era difícil decidir entre os dois. Então foi convocada uma assembléia, composta pelo pastor, o dono do moinho e outros. Mr. Haywood, o dono do moinho, disse: "É muito gentil da parte de ambos, Lovatt e Dixon oferecerem-se para adotar o menino órfão, mas eu me sinto perplexo quanto a qual dos dois deveria ficar com ele. Dixon, tendo salvo a vida dele, tem precedência na sua petição. Mas, por outro lado, Lovatt tem uma esposa e o cuidado de uma mulher é necessário para uma criança." Mr. Lipton, o ministro, disse: "Um homem com idéias ateístas não pode ser um tutor apropriado para uma criança; enquanto isso, Lovatt e sua esposa são ambos cristãos e educariam a criança no caminho em que deve andar." "Dixon salvou o corpo da criança, mas seria lamentável para o futuro dela que quem a tirou da cabana em chamas se tornasse o instrumento para levá-la à perdição eterna." Vamos ouvir o que os requerentes têm a dizer,"disse Sr. Haywood,"e então colocaremos a questão em votação. Sr. Lovatt!"  Lovatt Respondeu:"Bem, minha mulher e eu perdemos um garotinho há pouco tempo, e sentimos que esta criança preencheria o lugar vago. Nós faríamos o melhor possível para criar o rapaz no temor do Senhor. “Além disso, uma criança tão nova precisa de uma mulher para cuidar dela.” “Certo, Sr. Lovatt; e agora, Sr. Dixon!"  "Eu tenho apenas um argumento, senhor, e é este,” respondeu Dixon calmamente, enquanto tirava a bandagem de sua mão esquerda e levantava o membro tristemente ferido e marcado. Por uns breves instantes houve silêncio no salão. Os olhos de alguns estavam embaçados. Havia algo na visão daquela mão marcada que apelou ao senso de justiça dos presentes. Ele requeria a guarda do garoto pela razão de que havia sofrido por ele. Assim, quando a questão foi a votação, o conselho decidiu, por maioria, a favor de William Dixon.
          Então uma nova era começou para Dixon. Dickey nunca teve falta dos cuidados de uma mãe, pois Will era como pai e mãe para o órfão, e derramou toda a ternura contida em sua natureza forte sobre a criança que ele havia salvo. Dickey era um menino inteligente, e respondia rapidamente à instrução de seu pai adotivo; ele o adorava com todo o fervor de seu pequeno coração. Sempre se recordava de como “papai” o tinha salvo do fogo e reivindicado a sua guarda por causa de sua mão tão horrivelmente queimada por sua causa. Isto o levava às lágrimas, com beijos na mão que fora por ele.
         Em um certo verão houve uma grande exposição de quadros na cidadezinha e Dixon levou Dickey para vê-la. O menino estava muito interessado nas telas e nas estórias que o papai contava sobre algumas delas. A que mais o impressionou foi uma que mostrava o Senhor Jesus reprovando Tomé, sob a qual estavam as Palavras:"põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos"- #Jo 20:27. Dickey leu as palavras e disse: “por favor, papai, conte-me a história deste  quadro..”  “Não, deste não.”  “por que não deste?” “Porque é uma estória em que não acredito.” “Ah, mas isso não tem importância,”  insistiu Dickey, “você não crê na estória de Jack, o Matador de Gigantes, e mesmo assim é uma de minhas favoritas. Conte-me a história da pintura por favor, papai.” Então Dixon contou a história, que interessou muitíssimo ao garoto. “É como você e eu, papai,” disse o garoto. “Quando Lovatt me quis, você mostrou a todos a sua mão. Talvez quando Tomé viu as cicatrizes na mão do Homem Bom, ele sentiu que pertencia a ele.” “Suponho que sim,”  respondeu Dixon. “O Homem Bom parecia tão triste,” disse Dickey, “eu imagino que ele estava triste porque a princípio Tomé não acreditou. Foi horrível da parte dele, não é mesmo, depois que o Homem Bom morreu por ele?”  “Eu não quero pensar nele, meu garoto.” “Mas, apesar disso, talvez ele tenha amado o Homem Bom mais tarde como eu te amo. Quando vejo a tua pobre mão, papai, eu te amo milhões de vezes.”  O pequeno Dickey, cansado, caiu no sono antes que pudesse avaliar o montante de sua grata afeição; mas o descanso de Dixon foi dolorosamente perturbado aquela noite. Ele não podia tirar do pensamento o quadro daquele terno e triste rosto que olhava para ele da parede da exposição. Ele sonhou que ele e Lovatt disputavam a guarda de Dickey, mas quando ele mostrou sua mão marcada o garoto deu-lhe as costas. Um amargo sabor de injustiça surgiu em seu coração. Ele não se rendeu a essa influência imediatamente, mas seu amor por Dickey suavizou seu coração e a semente que nele caiu naquele dia, não caiu em solo rochoso. Dixon era um homem honesto e não podia deixar de ver que o argumento que ele usou para conseguir Dickey se voltou contra ele em julgamento no momento em que negou o pleito das mãos marcadas que foram traspassadas por ele; e quando ele viu a calorosa gratidão da criança pelo livramento que ele, seu pai adotivo, realizou, sentiu que fez uma triste figura perante seu filho. Então, depois de um tempo, o coração de Dixon se tornou como o daquela criança. Ele descobriu, ao ler o Livro que, como Dickey pertencia a ele, ele próprio pertencia ao Salvador que foi ferido por suas transgressões, e entregou-se, corpo, alma e espírito, aos cuidados daquelas benditas mãos que uma vez foram traspassadas por ele. “ele foi desprezado, e dele não fizemos caso algum... Mas ele foi ferido por nossas transgressões, foi moído por nossas iniquidades.” “Carregando ele mesmo em seu próprio corpo sobre o madeiro, os nossos pecados... "(1Pe 2:24)."O sangue de Jeus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o Pecado."(1Jo 1:7)."em Quem temos a redenção através do Seu sangue, o perdão dos Pecados."."em Ef 1:7 nenhum outro há salvação; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos’. {At 4:12}

Ó Cristo, que fardos curvaram Tua cabeça,
Nossa carga foi lançada sobre Ti.
Tu te colocaste no lugar do pecador
Suportaste toda enfermidade por mim.
Uma vítima foi levada, Seu sangue foi derramado,
Agora já não há mais peso sobre mim.

Texto fornecido por P. Christiaanse, D. J.; Oudewater, Holanda

Nenhum comentário:

Postar um comentário