quarta-feira, 27 de outubro de 2010

REALIDADES DO CÉU E INFERNO NO ENSINO DE JESUS

Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo e que todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caiam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras.
Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morrer também o rico e foi sepultado.
No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.
Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a lingua, porque estou atormentado nesta chama.
Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.
Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento.
Respondeu-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.
Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. (Bíblia Sagrada – O Evangelho Segundo Lucas 16:19-31).

Geralmente não gostamos de falar sobre inferno, realmente não é algo gostoso de se conversar, mas ao mesmo tempo não  podemos negar sua existência, muito embora alguns a questione.
Antes de proferir esta parábola acima transcrita, Jesus  advertiu aos fariseus sobre o perigo de tentar servir a dois senhores:  a Deus e às riquezas. Conforme Jesus, é impossível servir aos dois, porque há de aborrecer-se  de um e amar ao outro, ou vice versa. Segundo Jesus, é impossível agradar à Deus e servir ao dinheiro ao mesmo tempo. Note-se que a Palavra de Deus não proibe ter riquezas, a questão se torna pecaminosa quando a riqueza faz do indivíduo uma pessoa arrogante, avarenta, prepotente, orgulhosa e sem generosidade, tornando-se ao mesmo tempo razão de viver desta pessoa. 
Jesus  reprova os fariseus que tentavam mostrar uma vida piedosa, mas ao mesmo tempo avarenta. Jesus  diz a eles que isto é incompatível. Por esta razão eram hipócritas, diante dos homens se mostravam piedosos. Jesus  diz que Deus conhecia seus corações, que eram abomináveis diante dele, e acrescenta que desta maneira era impossível que entrassem no reino de Deus.
A seguir, Jesus  contou lhes a parábola “O rico e o mendigo”  acima transcrita.
O homem descrito por Jesus  usava púrpura e linho finíssimo, vestimenta de reis e de pessoas que eram extremamente ricas. Pelo contexto da história é possivel concluir que se trata de um judeu, descendente de Abraão, como judeu, orgulhava-se de fazer parte da nação escolhida por Deus, e por conseguinte, tinha expectativas de ir para o céu, confiava na sua cidadania judia e na sua riqueza.
Uma coisa comum nas sociedades é bajular as pessoas ricas, citarem seus nomes, notarem suas presenças. Apesar de ser um homem extremamente rico e provavelmente acostumado à toda bajulação, seu nome não aparece no texto, tornando claro que no reino de Deus o nome, a riqueza, a importância da pessoa não tem valor algum.
O outro personagem do texto tem seu nome citado, Lázaro, que é uma contração do nome Eleazar, que tem o significado “ajuda ou assistencia de Deus,” um nome própriamente dado a um homem que era pobre e aflito, e não tinha qualquer expectativa de ajuda a não ser a divina.
Lázaro, conforme o texto conta, era também descendente de Abraão, também membro do povo escolhido de Deus, extremamente pobre e doente, confiava única e exclusivamente em Deus para sua salvação.
E com a ilustração da vida destes dois homens Jesus nos ensina a realidade sobre céu e inferno, a medida que a narração se desenvolve.
Jesus  de forma alguma ensina que a pessoa rica vai para o inferno, e muito menos ensina que o pobreza garante automaticamente lugar no céu. Ter ou não condição financeira, não garante o céu para quem quer que seja.
Vemos também no texto que ambos eram filhos de Abraão, membros do povo de Deus, descendencia de Jacó, Judeus. Os fariseus, a quem Jesus  conta a parábola, criam que ser judeu, filho de Abraão era o suficiente para garantir sua estadia no céu, Jesus  ensina que descendencia, ser membro de uma determinada sociedade ou igreja não garante céu para ninguem. Os dois homens eram filhos de Abraão, e isto não garantia céu para eles.
A parábola ensina que somente aquele que é “pobre,” desprovido de qualquer condição pessoal e humana, e nesta condição confia exclusivamente em Deus é que tem seu lugar garantido.
A parábola ensina:  uns confiam na religiosidade, em sí mesmos, na posição familiar e não estão salvos. Outros confiam só em Cristo Jesus  e estão salvos.
Um outro ensino que a parábola de Jesus  nos proporciona é que a realidade para nós de céu ou de inferno é definida enquanto estamos com vida, aqui na terra.
Um fato que não podemos nos furtar é que todos morrem, morre o pobre, e morre o rico, morre o crente, e morre o descrente. Morte é uma realidade da qual não podemos fugir.
Jesus  fala em seu ensino de um lugar, o qual chama de “seio de Abraão,” um lugar de descanso, consôlo, lugar para estar livre dos sofrimentos da vida. Lázaro foi para este lugar. Jesus fala também de um lugar de sofrimento, lugar de tormento contínuo, e para este lugar vai o rico após a sepultura.
O ensino que Jesus traz é que se a pessoa crê em Cristo, após sua morte um lugar de descanso, consôlo, livre dos sofrimentos, sem dor, é o que lhe está reservado. Ao mesmo tempo Jesus ensina que aquele que não crê em Jesus Cristo, após sua morte seu destino é um lugar de sofrimento, de angustia, de tormento eterno. Nota-se ainda na parábola que os dois destinos são totalmente separados, o abismo entre os dois implica em uma total impossibilidade de comunicação e alteração de local para o qual foi enviado.
O entendimento sobre estes dois destino após a morte é algo para ser aprendido enquanto estamos com vida. Depois da morte não existe a opção de troca, mudança é impossível.
O ensino que Jesus traz:  o inferno é real, e o céu é lugar de consôlo, de alegria, sem dor, sem choro.
A vida apoiada nos recursos e capacidades humanas não leva ninguém para o céu, o único caminho, único meio é através de Jesus  Cristo, pelo fato de crêr em nele como Salvador.
No ensino de Jesus  sobre a realidade de céu e inferno, o terceiro aspecto mostra que a Palavra de Deus é suficiente. O rico se lembra de seus 5 irmãos, e conclui que eles estão no mesmo caminho, com o mesmo destino. O que se segue é o pedido que Abraão mande Lázaro avisar seus irmãos sobre o extremo sofrimento que os aguardava.  A resposta de Abraão: “Seus irmãos tem a Lei e os profetas, que eles os escutem.”
O ensino de Jesus  é que ninguém vai voltar, ou vai falar do reino dos mortos para advertir alguém sobre seu caminho para o inferno. A Palavra de Deus já tem advertido sobre isto, basta apenas que ouçam a advertência que as Escrituras trazem a respeito. Nas palavras de Jesus  é claro o ensino que ouvir a  Palavra de Deus é  suficiente para que qualquer pessoa creia e tenha seu caminho para os céus garantido.  A questão não é ver milagres, não é ouvir “pretensas” vozes do além, a questão é ouvir a Palavra de Deus e crêr no caminho que ela aponta: Jesus  Cristo.
Na sociedade existem três idéias correntes: 1) A vida é só aqui, uma vez que morreu acabou; 2) Não precisamos preocupar, podemos viver livremente, pois teremos tantas chances quantas precisar; 3) Deus é um Deus de amor, vai salvar a todos. O Deus de amor não pode aceitar o inferno. Com certeza o ensino de Jesus  se opõem a todas elas, vai em direção contrária a todas estas afirmações.
O interessante é que na sua busca por entender a vida após a morte o homem fala de  revelações de   pessoas “que já morreram,” como se elas pudessem ainda trazer informações. Jesus  fala neste texto que elas não voltarão. Pessoas  falam de visões em diversas situações, e com elas relatos de um lugar calmo, tranquilo, no qual todas pessoas estão vestidas de branco. O interessante é que nenhuma destas revelações fala da realidade citada por Jesus, nenhuma delas fala do destino que terá o pecador que não se arrepender, nem aceitar o perdão em Jesus  Cristo, nenhuma delas fala do destino que terá o pecador que não confiar unicamente em Cristo, lugar de tormento, sofrimento e amargura eterna. Jesus,  dentro do seu objetivo de trazer vida eterna ao homem, não citaria por diversas vezes o inferno, este lugar de tormento,  se esta não fosse  a perspectiva para aqueles que não o aceitassem como Salvador.  O único instrumento verdadeiro e autorizado que traz informações e palavras de Jesus  é a Biblia Sagrada,  e nela Jesus  fala claramente da existência de dois destinos céu ou inferno.
O que o ensino de Jesus  nos traz é que há inferno, o destino para um coração duro que não confia nele como Salvador.
Conclusões a que podemos chegar diante do ensino de Jesus :
- Nem anjo, nem morto, nem espírito qualquer pregará o Evangelho, a boa notícia de salvação em Cristo Jesus, a responsabilidade de pregar a salvação em Jesus  Cristo é de quem está vivo, depois de morto é impossível!
- O ensino trazido por Jesus  Cristo não é para trazer medo, pois em Jesus  Cristo não há razão para mêdo de inferno. Uma vez que a pessoa crê em Jesus  Cristo como aquele que perdoou seus pecados, e toma posse desta verdade para  sua realidade de vida, vivendo dentro desta perspectiva, não há motivo para mêdo. Esta é uma decisão para ser feita enquanto se está com vida, após a morte a oportunidade acabou. É simplesmente crêr em Jesus  Cristo como Salvador, e ter esperança, simples assim!

(Texto compilado do Reverendo Natanael Miguel Sallum, sermão proferido em 17 de outubro de 2010, na Capela Presbiteriana de Anápolis)

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