sexta-feira, 25 de março de 2011

NÃO POSSO FICAR CALADO!

Alguns anos atrás um grupo de escoteiros realizava uma de suas instruções em algum lugar da região norte do Brasil. O tempo estava limpo, nenhuma ameaça de chuva no local, de repente uma enchente inesperada aconteceu no rio devido a uma chuva torrencial que acontecera na nascente do rio, e isto  tornou o rio extremamente perigoso para aquele grupo de garotos. A maioria dos jovens se salvaram. Entretanto, alguns morreram afogados com aquele incidente inesperado.
Trabalhei por um bom período em uma instituição que proporciona atividades recreativas em feriados e férias escolares para jovens, adolescentes e crianças. Tal instituição tem suas instalações à beira de um rio. O incidente acima mencionado me fez ficar mais atento  ao tempo quando as crianças brincavam no rio. Ele era semelhante ao rio da história acima. Por estar no planalto, e devido à topografia local, ele às vezes enchia rapidamente em função de chuvas que ocorriam na sua cabeceira, enquanto que o céu sobre nossas cabeças estava azul com o sol brilhando. Quando desenvolviamos atividades recreativas no rio, eu olhava para os lados da nascente do rio à procura de alguma nuvem ou qualquer menção de chuva naquela região. Felizmente eu nunca precisei interromper a brincadeira das crianças por causa de chuva na nascente daquele rio.
Eu fico pensando na cena, uma linda tarde de sol, o céu azul, poucas nuvens no céu, nenhuma ameaça de chuva. Neste cenário, as crianças desfrutam de uma agradável brincadeira naquela tarde de verão se refrescando e divertindo a valer. De repente, chega o diretor todo preocupado advertindo a todos que saiam do rio, que ele em breve ficará perigoso e será uma ameaça para suas vidas. As crianças e seus monitores estão se divertindo.
Dentro deste contexto fico imaginando a reação das pessoas dentro dágua. Não tem perigo. Não tem nenhuma nuvem, o céu está azul!” ou ainda, “Você está atrapalhando a nosso brincadeira, está invadindo a nossa individualidade, talvez “a gente assume a responsabilidade, vamos continuar do jeito que estamos.” Diante destas respostas, qual deveria ser minha reação? Ficar calado observando? Ir embora? Respeitá-los e deixar por isto mesmo? Mas, eu ví as nuvens escuras na região da nascente dez quilometros acima, ví os relâmpagos, sei que está chovendo e conhecendo a região sei que o perigo é eminente. Conhecendo as possibilidades, devo ficar calado? Eu creio que todos concordam comigo que de forma alguma devo ficar calado. Qualquer pessoa de sã consciencia concorda que devo fazer o possível para tira-los do rio, mesmo que para isso eu tenha que gritar para alertá-los. De forma alguma devo me conformar com a perspectiva de perder alguma vida naquele rio, sabendo de antemão dos riscos que estão eminentes, do perigo que pesa sobre suas cabeças.
Quando falo de Jesus  Cristo para as pessoas corro o risco de ser  inoportuno. Pessoas podem pensar que estou invadindo suas individualidades, me intrometendo em suas vidas, incomodando-os em uma área que diz respeito à tradição que herdaram de seus pais, e que pretendem perpetuar através dos filhos: religião.
Da mesma forma que os apóstolos Pedro e João responderam aos sacerdotes judaicos quando estes ordenaram que se calassem à respeito de Jesus, eu também respondo: Não posso deixar de falar daquilo que tenho visto e ouvido!
Não se trata de ter uma religião, vai além disto. Apesar de ter uma religião, frequentar uma igreja desde a tenra infância, aos dezesseis anos questões à respeito do meu destino após a morte afligiram minha alma. Nesta época eu tomei conhecimento de meu estado natural, dos meus pecados, e a consciencia de que, naquela situação, uma única perspectiva existia para mim após minha morte: inferno. Nesta mesma época, um fato que até então era apenas história passou a ter significado na minha vida, a morte de Cristo. Mesmo tendo ouvido sobre isto durante toda minha vida, aquilo era apenas história, mas em setembro daquele ano, a morte do filho de Deus tomou um significado real na minha vida, quando aceite para mim o perdão que ele providenciou na cruz para meus pecados. A partir de então pude entender que não mais inferno, mas vida eterna era o que estava destinado para mim em Cristo Jesus .
Desta forma, tendo a crença mais profunda do meu ser em Jesus  Cristo, confiança que sua morte na cruz proporcionou perdão para meus pecados e salvação futura, não posso ficar calado diante da perspectiva que pessoas que conheço, com as quais convivo, as quais amo, possam ter uma única opção com relação a sua existencia após a morte, inferno. Não posso ficar calado, mesmo que isto possa ser interpretado como invasão de privacidade, desrespeito à convicções, um ultraje às tradições familiares. Sabendo da ameaça que pesa sobre suas vidas, assim como advertir às crianças para que saiam do rio porque ele é perigoso, eu também devo advertir a todos os amigos que estão sem Jesus  Cristo sobre a ameaça de morte que pesa sobre suas vidas para a eternidade.

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