Apesar de toda alegria, fim de
ano, digo, o começo do ano, é um problema. Envolvidos pela comoção da época,
pelas ofertas convencedoras, pelas propagandas tentadoras, aproveitamos o apelo
das festas natalinas e compramos. No primeiro momento é muita alegria, o
problema vem depois, principalmente se usamos o cartão de crédito ao cedermos
às tentações. Algumas vezes este problema se estende por todo o novo ano. Se
não aprendemos, acontecerá novamente no ano seguinte.
É difícil encararmos as contas,
principalmente quando vem a cobrança, quando a moça do telemarketing liga no
sábado à tarde para cobrar, naquele momento que você quer mais é esquecer que
existem dívidas a serem pagas. Infelizmente, elas estão aí, e não nos deixam
esquecer. Num momento ou outro, alguém vai nos lembrar que elas são de fato reais.
O difícil não são as cobranças. O
difícil é o fato gerador das cobranças. Gastamos mais do que a nossa capacidade
de pagar e agora não temos como saldar nossos compromissos. Nos arrependemos. Gostaríamos
de não ter seguido o impulso. Gostaríamos de não ter cedido à tentação. Deveríamos
ter nos controlado. Não deveríamos ter acreditado que seríamos capazes de dar
um jeitinho. Não deveríamos ter confiado naquela promessa de trabalho extra que
não veio. Enfim, erramos e agora não temos como resolver o problema: há dívida
a ser paga. O pior de tudo são aquelas dívidas que surgem do inesperado,
aquelas que não tem como evitar, como a batida de carro que não estava no
programa (se é que alguém programa bater o carro), a doença, uma cirurgia
inesperada, um imposto gerado pela nossa ignorância sobre a legislação vigente,
e por aí vai.
A frase comum é: Devo não nego,
pago quando puder. Gostaríamos que esta afirmação de honestidade e de bondade
fosse suficiente para satisfazer a sede arrecadadora de nossos credores, mas
não é. Não adianta ter boa intenção, ter a pretensão. O fato é: existe uma
dívida que precisa ser paga e não temos com o que pagar.
Mas por que lembrar fatos tristes
num momento que por si só exala alegria. Exatamente por causa do que gera tal alegria.
A alegria, inicialmente, não vem pelo fato de ser este um momento universal de
confraternização, nem pelo fato de termos vivido um ano bom, sem grandes
problemas. Mas, vem pelo fato de que “hoje vos nasceu na cidade de Davi o
Salvador que é Cristo o Senhor.” A notícia que os anjos deram aos pastores
naquela noite 2013 anos atrás.
O que tem isto a ver com dívidas?
A maioria de nós mortais já teve aquele momento de olhar para as próprias
dívidas, e as achar impagáveis. Nestes momentos que, infelizmente, alguns
vivem, olhamos para a nossa realidade e como gostaríamos que algum milagre
acontecesse. Alguns, na virada do ano, tentam a sorte na Loteria da Virada (ou
seja lá qual o nome), quando milhões são sorteados. Geralmente o discurso é o
mesmo: se eu ganhar vou pagar minhas dívidas, ajudar os amigos, etc. Quando olhamos para as dívidas pesadas e
impagáveis, como gostaríamos que alguém pudesse nos ajudar ou salda-las por nós.
A verdadeira dívida impagável é a que temos carregado desde o início de nossos
dias. Aquela que tentamos esquecer e que, na maioria do tempo, até conseguimos,
mas da qual de forma alguma ficaremos livres: o nosso pecado. Esta dívida nem o
suicídio resolve. Aliás, agrava. Tentamos dar um jeitinho, fazemos coisas boas,
e lá no íntimo ficamos torcendo para que a balança pese ao nosso favor, e que
tenhamos crédito ao invés de dívida com o Todo Poderoso. Afinal, somos tão
bonzinhos, ajudamos tantos pobres, demos tantas cestas básicas, fizemos tantas
orações, acolhemos tantos necessitados, demos tantos brinquedos no Natais.
Mesmo com tantas coisas boas, a dúvida permanece: quando eu chegar diante de
Deus, terá sido o suficiente? Vou ter que voltar para fazer mais um pouco de
boas ações numa segunda, ou terceira tentativa? (Esclarecimento: O autor deste
texto não crê assim) Quantas vezes mais? É pelo meu merecimento que sou
aceitável diante do Deus Todo Poderoso?
A boa notícia que o Natal me traz
não vem via Papai Noel. A boa notícia está em Jesus Cristo! Os anjos anunciaram
que chegou o Salvador, Cristo o Senhor. Porque ele veio enviado por Deus para
pagar pelos pecados de cada um dos pastores. Ele veio para pagar pelo meu
pecado. Não é o meu merecimento a cesta básica, o mendigo que alimentei, o
pobre que acolhi, nem o miserável que alimentei que paga a minha conta diante
de Deus. Não são as boas ações que pratico que garantem a minha salvação. O preço
do meu pecado custa sangue; não o meu sangue, o meu sacrifício, mas o de
Cristo.
Merecimento, boas obras ou boas
ações são nossos meios de tentar ser salvos. É o nosso jeitinho de tentar ser
salvo, de tentar agradar a Deus. A morte de Cristo, seu Sangue derramado, é o
meio que Deus mesmo providenciou por amor, para nos dar salvação. O que devemos
fazer diante disto para garantir a salvação é crer sinceramente no sacrifício
de Cristo por você. Não sou eu quem diz, mas é o próprio Deus quem diz que a
morte de Cristo foi e é suficiente
para pagar a minha dívida (meu pecado).
Esta é a boa nova, como disse o
anjo, que será para todo povo: Hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador
que é Cristo o Senhor!! Os pastores foram até Belém confirmar o que os anjos
tinham dito. Eles se encontraram com o menino Jesus. Foi o tempo deles. Hoje é
o teu tempo de se encontrar com o menino Jesus. Feliz Natal!
Apenas para justificar o título:
uma vez que todo dia é dia para conhecer e experimentar o perdão de Jesus, o
momento no qual Cristo nasce na vida, então é Natal.
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